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Mensagem por Narrateur Sáb Out 17, 2015 2:58 pm

             
Contrabalanceando a aparência rústica exterior, vestíbulo e sala de estar abrem-se em um grande espaço que alia elementos rústicos e clássicos na decoração. Velas e porta-retratos da família pontuam o ambiente, dando-lhe um ar que além de sofisticado é aconchegante, grandes tapetes, lustres majestosos e o pé direito alto, dão a impressão de amplitude;bem como as grandes janelas e portas francesas que dão visão livre ao jardim bem cuidado.
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Mensagem por Diana Luna Lavrov Sex Out 23, 2015 11:26 pm


Home Again
autumnal sky


E
sperei por um instante sob o ombral da porta de entrada e suspirando audivelmente, adentrei a sala.
Estava escura, mas o cheiro de casa recém-limpa dava-me pistas de que os empregados contratados por ela estiveram ocupados. As janelas estavam fechadas como eu pedira e apenas a velha governanta, Hill, nos aguardava no espaçoso vestíbulo. Seus olhos seguiram-me desde a porta até o momento em que me postei de frente à ela, que me encarou por um longo instante antes de se curvar embaraçada.
"Senhora", disse com polidez, "É uma honra recebê-la novamente. Espero que esteja tudo a seu agrado e que possamos lhe servir com destreza."
Quase sorri ante a cerimoniosa senhora. Seu rosto mostrava rugas da idade e das intempéries que provavelmente enfrentara por toda a sua vida, mas imaginei que talvez Hill já tivesse sido bonita algum dia.
"Obrigada, senhora Hill. É muito bom estar de volta; sei que toda a família concordará comigo." - não que houvesse muita opção, completei mentalmente, passando pela mulher que se apressava em me seguir.
"Os outros empregados estão na cozinha, e quando e se a senhora estiver disponível, poderia apresentá-los à vocês.", disse com voz nervosa olhando de mim para Elizabeth.
"Não é necessário.", disse incisivamente, dispensando-a com um gesto de mão.
Olhei para minha irmã com delicadeza e lhe sorri levemente. Apenas minha doce Elizabeth me fazia sorrir, ainda que brevemente. Me perguntei onde estaria Anne, que se aventurara a descobrir a cidade. Não era a minha intenção segui-la ou ver mais das propriedades desse lugar. Não por hora.
Fui até próxima à larga janela e puxei um pouco a cortina que a cobria, liberando a visão dos jardins; estavam bem cuidados embora fosse outono e as folhas cor de âmbar cobrissem o chão, a brisa soprava fria, fazendo as folhas dançarem no ar lentamente.
Senti uma pontada de medo, mas a reprimi tão rápido quanto era possível.
Aquela casa, sua história, tudo ali entorpecia meus sentidos, me fazia quase cega e sufocada.
"Elizabeth?", chamei uma vez sem me virar. "Você sentiu falta daqui?", perguntei me virando lentamente para ela, controlando minhas expressões e exibindo uma postura neutra.



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Mensagem por Elizabeth Renwich Lavrov Sáb Out 24, 2015 1:26 pm


Home Sweet Home
Back in town the dark past...
Desde o princípio recusei a ideia absurda de Diana, minha irmã mais velha, em voltar para aquela casa. Agora, olhando para a antiga e conhecida mansão sentia uma intensa nostalgia ao lembrar alguns momentos que vivi ali. Permaneci em silêncio enquanto a seguia até a sala, e mesmo depois de tantos anos tudo parecia igual, exceto pelo ar de abandono mesmo com a presença dos empregados. Hill, nossa governanta, estava aguardando nossa chegada e ao nos ver se curvou timidamente. – Essa velha não muda nunca. – pensei. Enquanto Diana perdia seu tempo ouvindo as baboseiras da idosa, me aproximei lentamente da pequena mesa de madeira que havia ao lado do sofá, onde se encontrava uma foto da família, esbocei um leve sorriso enquanto toquei o mesmo com a ponta dos dedos, naquela época éramos realmente felizes. Direciono meu olhar para Hill ao ouvir suas palavras, e balancei a cabeça concordando com a resposta de minha irmã que finalmente a havia dispensado. Observei atentamente Diana caminhar até a janela, era inútil tentar entendê-la. Eu sabia que aquele lugar mexia com ela, então porque voltar? Mesmo com todos os meus argumentos contra aquela decisão, ela permaneceu relutante em mudar de idéia.  
- Sim, porém não o bastante para querer voltar. – respondi amargamente sua pergunta, mesmo com todas as lembranças boas que tinha dali, não conseguia esquecer as ruins. Fitei Diana por alguns instantes, a mulher de longos cabelos ruivos e com postura séria, na verdade tinha um bom coração. Lembro bem de quando o pai de Sophie me abandonou grávida, a dor que senti naquele dia foi terrível e cheguei a pensar em tirar aquela criança, eu era tão boba. Dih, como denominei carinhosamente minha irmã, foi de extrema importância para me tirar do fundo do poço, afinal ela que me convenceu a ser mãe e assumir a responsabilidade dos meus atos. Caminhei lentamente em direção a Diana e parei a alguns centímetros da mesma. – Por que você desejou retornar? – perguntei curiosa. – Mesmo sabendo tudo o que penso daqui.  – completei irritada, visto que ela sabia perfeitamente que eu desejava Sophie o mais longe possível deste lugar.




Última edição por Elizabeth Renwich Lavrov em Dom Out 25, 2015 3:27 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Diana Luna Lavrov Sáb Out 24, 2015 2:44 pm


   
Home Again
autumnal sky


L
evantando meu queixo relanceio meu olhar em direção à Elizabeth.
"Esse é o nosso lar. Nós pertencemos aqui.", disse em voz baixa, colocando as mãos nos bolsos do vestido.
Olhei-a com impaciência e respirei fundo; não estava acostumada que me questionassem. Lizzye era a única a fazê-lo, e não poderia haver hora mais imprópria.
De fato, Chatsworth House não era o meu lugar favorito no mundo, ainda mais quando pensava que fora ali que nosso clã havia sido uma vez quase dizimado. No entanto, era aqui que nossos poderes atingiam seu ápice.
"Não apenas esta casa. Mas este lugar, tudo isso nos pertence por direito. Lune nos deu esse poder. Temos o sangue de uma deusa em nossas veias, e sei que você pode sentir.", disse com calma, embora sentisse meu rosto corar com a paixão contida naquelas palavras.
"Se queremos que nossa família tenha algum futuro, é nosso dever tomar o que é nosso. Chega de nos esconder dessas criaturas inferiores e rastejantes.", sentia cada oitava que minha voz aumentava enquanto falava; pensava sobretudo nos sugadores de sangue que nos fizeram refugiados por tanto tempo.
Me preocupava com Anne, Sophie, Ridley e com todos os meus irmãos, mas o massacre findara e agora seria a nossa vez de reinar novamente.
"Graças aos desejos de poder e sangue de tantos outros, quantos dos nossos morreram? Ah! Tormento! Você tem ideia de quanto poder foi drenado de mim para trazer tantos de nós de volta à vida?", exclamava sem olhar para minha irmã, sentindo que falava mais comigo que com ela.
Constatei com surpresa que não me importaria com o número de pessoas que deveria exterminar antes que nosso clã sofresse qualquer ameaça novamente.

"Me guie, Lune.", orei silenciosamente como sempre o fazia desde que descobrira meus poderes de guardiã.

Olhei para Elizabeth e balancei a cabeça ao pensar em causar dor à ela. Mais uma vez olhei as folhas outonais e suspirei, sentindo meus ânimos esfriarem.
"Perdoe-me, sim?", sussurrei indo até ela, visto que havia me afastado e começado a andar pela sala enquanto falava. "Você é importante para mim, mas todos nós devemos nos sacrificar pela família se assim for necessário. Eu sei que não quer Sophie aqui, e nem eu, mas só poderemos mantê-la segura se ela estiver conosco. Ela poderá aprender e crescer poderosa, assim como Anne hoje.", minha voz soava cansada agora e eu me controlava para não demonstrar fraqueza alguma.
"Quando chegar a hora, Anne receberá a responsabilidade de carregar os poderes de Lune, assim como eu. Você acha que meu peito não arde a cada vez que penso nisso?", falei me dando conta de que não havia nem sequer admitido aquilo a mim mesma antes de dizer tais palavras em voz alta.
Precisava, no entanto, manter a cabeça no lugar, meus sentidos e emoções sob meu controle.
"Talvez você volte a gostar daqui, querida irmã."; disse mudando de assunto bruscamente, sem me importar se ela odiaria aquilo.



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Mensagem por Elizabeth Renwich Lavrov Dom Out 25, 2015 3:24 pm


Home Sweet Home
Back in town the dark past...
Eu sabia que minha irmã tinha razão, mas por outro lado tinha medo de permanecer ali. Diana andava de um lado para o outro sem parar de falar seus motivos, meus olhos a acompanhavam enquanto permanecia em silêncio. Seria frívolo ir contra seus argumentos, visto que o que ela decide é lei e não era minha intenção irrita-la. Lembro-me perfeitamente de quando nosso clã foi atacado, e a pior parte foi ter que fugir de uma raça tão inferior. – Tem razão. – concordei com frieza. Balancei a cabeça lentamente assentindo com seu pedido de perdão, jamais poderia guardar algum sentimento negativo em relação a ela. Agora, Sophie teria que ficar ainda mais sobre meus cuidados. Desde a informação que iriamos voltar, decidi investigar sobre os moradores da cidade e para minha felicidade não tinha nada sobre o progenitor de Soph. Ela está segura por enquanto.

Estava tão preocupada com a proteção de minha filha, que não percebi a aflição de Diana em relação à Anne. Caminhei lentamente em direção a ela e toquei com suavidade seu ombro esquerdo. – Anne é uma excelente moça, tenho certeza que será tão brilhante quanto você. – sorri amigavelmente lembrando-me da jovem explorando os arredores de nossa última residência. O momento estava realmente cativante, toda aquela relação familiar entre irmãs. Porém, ao atentar sobre as últimas palavras de Dih me afastei alguns centímetros de onde estávamos. – Jamais serei capaz de voltar a apreciar este lugar, irmã.  – minhas palavras estavam cobertas de toda a raiva e desprezo que tinha por aquela cidade, voltei meu olhar novamente para o retrato sobre a velha mesa refletindo sobre a potência de nossa família anteriormente. – Então, o que pretende fazer? – questionei-a tentando esquecer o passado que nunca deveria vir à tona. Minha adorável irmã sempre fora uma mulher extremamente inteligente, para querer voltar a conquistar tudo que era nosso tinha alguma idéia em mente. No momento, era de meu interesse informar-me dos próximos passos de nossa linhagem.


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Mensagem por Diana Luna Lavrov Dom Out 25, 2015 5:07 pm


   
Home Again
autumnal sky


C
omo previra, ao dizer que ela poderia voltar a gostar daquele lugar, sua reação foi de completa refusão.
Sorri ante aquilo e a observei tomar em mãos o porta retratos que repousava sobre a mesa de madeira maciça. "Então, o que pretende fazer?", perguntava-me muito diretamente.
Pensei por um instante em sua pergunta e suspirei quase frustrada. Como dizer que houvera em minha mente por tanto tempo uma ideia de trazer guerra?
Mordendo o lábio inferior, um reflexo instintivo de quando ficava nervosa, olhei-a por baixo dos cílios e me sentei em um dos confortáveis sofás sem encará-la. Provavelmente me odiaria ao ouvir o que eu tinha a dizer, mas era necessário dizer.
Ao abrir meus lábios para falar, uma voz nos chamou.
"Senhoras?", dizia Hill aparecendo à porta, com as mãos postas em frente ao corpo, curvou-se uma vez e começou a dizer coisas sobre a casa.
Olhei para Elizabeth e percebi o quanto a idosa a irritava.
"Senhora Hill, este não é o momento.", falei balançando a cabeça.
"Mas senhora, a senhorita Sophie não quer tomar banho.", ela insistiu me deixando realmente exasperada. Percebia a expressão de minha irmã e  dispensei a governanta sem cerimônia.
"Saia."
Ao que a mulher saiu, tive a atenção de Lizzie completamente minha novamente. "Ela está ficando velha e lenta.", ri ante o comentário, mas apenas superficialmente, voltando a assumir uma expressão séria.
"Guerra.", falei de uma vez, vendo os olhos de Elizabeth voarem até mim e arregalarem-se. Se por um lado sabia que ela não me atacaria fiscamente, por outro, nada me garantiria que não me atacasse verbal e emocionalmente.
Antes que uma das opções se tornasse verdadeira, comecei a falar novamente.
"Lune foi morta por controlar os poderes da Lua. Os lobisomens e criaturas da noite dependiam de seu poder e segurança. Por isso os vampiros a prenderam e quase exterminaram nosso clã.", repeti a história que me fora contada tantas vezes antes, sentindo a confiança em minha voz tornar-se inflexível a um ponto máximo.
"Eles desejavam controlar as transformações dos licantropos. E a única forma de fazer isso era através de Lune." continuei aprumando meus ombros e levantando-me mais uma vez. "Mas você conhece bem essa parte da história."
Elizabeth podia entender agora onde eu me concentrava e pretendia chegar, eu sentia.
"Para começar, darei um grandioso baile. Na floresta, onde antigamente dançávamos sob a lua de sangue. Quero que todos saibam quem sou eu, quero que saibam que nós estamos vivos e fortes." - minha voz, embora firme, ia abaixando até tornar-se um sussurro urgente.
"Aqueles que trouxe de volta à vida estão eternamente ligados à mim, como deve imaginar. Lhes darei poder. E outros de nós ressurgirão com o tempo, esteja certa."
Olhei-a de soslaio, acompanhando cada mudança de expressão em seu belo rosto. Confusão, dúvida, compreensão e finalmente ira.
Eu sabia que rumo isso iria tomar. Sabia que possivelmente tiraria de nós a paz que tão arduamente lutamos para conseguir, mas era tarde, não pararia aqui. Minha vida toda fui moldada para isto, e não fraquejaria em meu objetivo.
"Os lobos e os vampiros não poderão sobreviver. Ou abandonam nosso reino, ou eu os aniquilarei." - me surpreendi mais uma vez com o tom impiedoso de minhas palavras, mas me sentia incapaz de afastar tais pensamentos de minha mente e isto se expressava em meus modos.
Tomando em minhas mãos o porta retrato que antes Lizzie segurava, fitei-o logamente e senti uma pontada em meu peito, como quando não conseguia manter meus poderes sob controle ou quando Anne caiu do cavalo alguns anos atrás. Mas desta vez era diferente e eu não sabia como explicar. Era uma dor que desatinava sem doer.
"Você me odeia agora?"

TURNO ENCERRADO




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Mensagem por Anne Renwich Lavrov Sex Nov 20, 2015 2:35 am

The XX - :: Together vestindo
Memories of the past
I said it’s been a long time since someone looked at me that way It’s like you knew me and all the things I couldn’t say Together, to be Together and be


O caminho se encurtava cada vez mais, a cada passo que Cora dava com sua rapidez, mais o desespero tomava conta de mim. Sabia que minha mãe estaria a minha espera com toda sua fúria, mas tinha medo, medo de vê-la daquela forma novamente, seu olhar demonstrava ódio, rancor,  sua voz já não era mais a mesma. As lembranças tomavam conta de minha mente, não percebia mais onde estava, era tudo escuro e um enorme aperto surgiu em meu peito, levei minha mão ao mesmo sentindo uma dor quase insuportável e de repente era tudo escuridão.

(...)

" - Eu não consigo mamãe! - Dizia triste por não conseguir reviver aquele lindo girassol, no qual havia esquecido de sustenta-lo com água.
- Eu sei que consegue minha lua, apenas tente, está bem? - Dizia ela com sua voz doce e calma enquanto se aproximava pelas minhas costas.
Balancei a cabeça positivamente tentando tomar confiança com as palavras de minha mãe, era apenas uma garotinha de 6 anos e mal sabia usar magia. Esticava o braço para a pequena flor morta, sentia medo pelo que poderia acontecer, encolhia meu corpo e fechava meus olhos e logo dizia. - Quae ad vitam reduxit, quae ad vitam reduxit! - Dizia a magia com a voz tremula enquanto me encolhia mais ainda no final.
O pequeno girassol agora não passava de um monte de cinzas em cima da mesinha. Lagrimas escorriam de meus olhos sem parar enquanto encarava a pequena flor. - Eu disse! - Minha voz falhava por causa das lagrimas e logo começava a chorar mais.
Diana se aproximou mais enquanto se agachava, virava meu pequeno corpo de frente ao dele e me apertava em seus braços. - Não chore minha amada, você só precisa treinar um pouco mais... e podemos tentar outro feitiço. - Dizia ela enquanto suas mãos macias passavam pelo meu rosto secando todo rastro de lagrima que existia por ali. Ela se levantava e pegava o livro, logo se agachando de novo ao meu lado. - Agora repita, mas sem medo... revertetur et revixit voluntatem. - Dizia novamente com calma perto de mim.
Respirava fundo tentando ter coragem e espantar o medo, novamente esticava a mão em direção a flor. - Revertetur et revixit voluntatem, revertetur et revixit voluntatem - Dizia com a voz firme, tentando manter o medo longe. Nada acontecia e levava meu olhar triste para minha mãe.
- Anne, olhe! - Diana dizia animada, com um sorriso tomando conta de seu rosto.
Rapidamente virei meu rostinho para ver e o pequeno Girassol estava lá, vivo e cheio de cor. Me virei rapidamente para minha mãe e pulei em seu colo. - Eu consegui mamãe, eu consegui! - Dizia animada enquanto pulava com as pontinhas dos meus pés enquanto abraçava o pescoço de minha mãe. - Obrigada Mamãe. - Logo dava um beijo em sua bochecha e abria um sorriso gentil.
- Eu disse que conseguiria, minha lua! - Ela me apertava em seus braços com força e orgulhosa. "


Sentia algo encostar em minha cabeça, rapidamente abri meus olhos e percebi que era Cora encostando seu focinho para me acordar. Percebi que meu corpo todo estava dolorido e alguns arranhões estavam espalhados por ele, me levantei, me mantendo sentada no chão tentando entender o que havia acontecido. Aquelas lembranças de alguma forma me fizeram desmaiar e cair de Cora, minha cabeça latejava como se tivessem me dado uma martelada.

Me levantei e comecei a tirar o excesso de sujeira espalhado por mim, reparei que aquele chão me era familiar, levei meu olhar para frente e percebi que há alguns metros encontrava-se minha casa. Segurei Cora pela sela e caminhamos até o portão, o abria com cuidado sem fazer nenhum barulho, deixei Cora no seleiro e caminhei cuidadosamente até a porta enorme que se encontrava a entrada. Respirei fundo e olhei o céu, logo estaria amanhecendo, isso significava que todos estavam dormindo, um alivio tomou conta de meu peito e me aproximei da porta a abrindo. Tudo estava escuro, um breu, mas parecia não ter ninguém, entrei sem fazer barulho e fechei a porta com todo cuidado possível.



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Mensagem por Diana Luna Lavrov Sex Nov 20, 2015 3:21 am


   
Fear
Ignis et culpa


M
inha cabeça latejava intermitentemente, uma sensação oca em meu peito. Lembrei-me vagamente da visão que tivera de Lune e o quanto aquilo me assustara. Avisos, pistas que não davam em lugar algum...
Olhando para fora, vi a chuva que se formava com raios e trovões ao longe, iluminando a noite que agora estava escura. Logo amanheceria e aqui eu estava, sonolenta e desorientada.
Por este fato, conclui que o tempo que passara com o espírito da deusa passara de forma distinta, o que trabalhou para minha confusão.
Franzindo o cenho, levantei-me e caminhei lentamente pelo quarto, aprontando-me de forma automática, embora fossem cerca de 03h30min da manhã. Sabia que não poderia dormir de novo.
Colocando as mãos na cintura, virei-me lentamente em direção á porta, minha expressão atenta. Conseguia sentir a aura de todos ali. Sophie, Ally, Brad, Lizzie...
Minhas pernas moveram-se então como se possuíssem vida própria, fazendo-nos sair do quarto por um rompante, deixando a porta escancarada enquanto eu quase corria em direção ao quarto de Anne.
O lugar estava levemente desorganizado. Algumas peças de roupas no chão, sapatos jogados e alguns papéis sobre sua mesa com rabiscos e desenhos, sua cama, porém, estava completamente arrumada e nem mesmo possuía traços de que ela estivera ali.
Um gemido esganiçado escapou por entre minha garganta, quando uma batida de meu coração falhou para voltar a bater rapidamente.
Anne!” – falei por entre dentes, baixo o suficiente para que apenas meus ouvidos registrassem o desespero. Não havia a quem eu pudesse recorrer, meus irmãos nada poderiam fazer e ainda que pudessem, eu era orgulhosa e arrogante o suficiente para não pedir ajuda.
Desci as escadas rapidamente, indo em direção a cada cômodo escuro e confirmando sua ausência. A cada segundo meu coração se apertava mais.
As palavras de Eau ressoando em minha mente a cada instante. Ameaçando a única pessoa que eu realmente amava e me preocupava. Minha lua. Minha filha. Tudo o que eu era, devia a Anne, todo o amor que nunca senti por ninguém era completamente depositado em sua figura pequena e frágil.
Tentava me controlar enquanto os piores pensamentos passavam por minha mente, o medo e o desespero bloqueando qualquer racionalidade; um pensamento estranho, mas agradecia aos deuses que ninguém me visse daquela forma.
Respirando fundo, subi então as escadas novamente, indo até meu quarto e pegando da escrivaninha um pequeno medalhão de vidro e ouro envelhecido. Dentro do vidro, uma flor delicada como uma renda era visível, o laço da rainha Anne.
Lembrei-me de quando a ensinei a usar as ervas e em especial essa que tinha seu nome. Podia ser usada como veneno ou como remédio, como tudo o que a natureza nos dá.
Fechei a joia entre minhas mãos e levei-as aos lábios, sussurrando com os olhos fechados.
Anna regina mea, nam virtus est cor meum, luna temperat sim sis mali.” – repeti uma vez, sentindo meu coração se quebrar. – “Benedictio luna omne maledictum non erit.” – continuei começando a andar de um lado para o outro, temerosa. – “Tute heredem usque ad lunarem globum, quam incomparabilis est sua potentia!
Sussurrava ardentemente, os olhos apertando-se, como se com isto minhas palavras tivessem mais força. Quando os abri, orei para Lune que protegesse sua herdeira.
Se algo acontecer a ela, seu poder morre comigo. Pois não deixarei que ele me deixe para nenhum outro ser.” – disse em tom de ameaça, como se assim pudesse barganhar com a deusa.
Enfiei desajeitadamente o medalhão enfeitiçado em um pequeno saquinho de veludo roxo e o coloquei em um dos bolsos de meu vestido, descendo novamente as escadas com pressa.
Pretendia ir procura-la na floresta ou onde quer que eu precisasse ir neste reino. Eu iria encontra-la. Disso não tinha dúvidas, nem que para isso tivesse que dizimar meia terra.

Estava a meio caminho da porta quando algo mudou. A aura iridescente de Anne entrou em meu campo de visão e com um suspiro de alívio mantive-me petrificada no lugar. Esperei que ela fechasse a porta, assim dava-me tempo de me recompor e fui em direção a ela.
Ignis!” – disse em voz alta, meneando uma de minhas mãos e acendendo assim todas as velas da sala. Anne parecia cansada e triste, seu rosto estava sujo de terra e seus cabelos emaranhados e molhados, com alguns pedaços de grama e as únicas roupas que ela usava eram as de combinação, o vestido branco que usara na festa não era visível em nenhuma parte. Senti meus olhos arregalarem-se com esta visão. Algo de terrível lhe teria acontecido e eu não estive presente para ajuda-la.
Anne!” – chamei pela segunda vez nesta madrugada, dessa vez minha voz se tingia de alivio e culpa, alegria e remorso. – “Estive tão preocupada. Onde você esteve? Por quê não veio para casa junto com seus tios?” – falei andando em direção à menina com as mãos estendidas, afim de tocar seu rosto.
Percebi então que minha filha agia de forma esquiva e parecia mais do que triste, parecia ter receio de que eu me aproximasse, contudo, continuei meu caminho em direção a ela, vencendo a pequena distância que nos separava.
Olhando para seu rosto na luz pálida das velas, percebi seus grandes olhos que agora estavam inchados como se ela tivesse chorado. – “Alguém lhe fez algum mal?” – perguntei sentindo a raiva começar a queimar em mim apenas em pensar que minha Lua tivesse sido ameaçada por mais alguém, meus pensamentos indo em direção às deusas que eu deixara na clareira.



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Mensagem por Anne Renwich Lavrov Ter Nov 24, 2015 9:49 pm

The XX - :: Together vestindo
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Era apenas escuridão, meu coração acelerado e medo passando pelo meu corpo, pelo menos uma etapa estava concluída. A porta havia sido fechada com todo cuidado possível, na qual virei encostando minhas costas e soltei um leve suspiro, assim que me afastei da porta dando alguns passos para frente, repentinamente uma voz surge e as velas se acendiam, estava tão nervosa que não pude sentir a áurea de minha mãe pelo local. Mesmo meus poderes não sendo tão fortes quanto os dela, conseguia sentir a áurea de minha família até uma certa distancia.

Ela demonstrava preocupação, medo, mas ao mesmo tempo um alivio domava seu peito, não sentia fúria, nem mesmo nada que havia ocorrido anteriormente na festa, Diana se aproximava com todos seus sentimentos expostos em seu rosto, confusos e perdidos. Meus olhos se enchiam de lagrimas e esquivava meu rosto de suas mãos e me encostando novamente na porta, mesmo ela não parecendo mais aquela estranha da festa cheia de rancor em sua alma, ainda sentia medo e a tristeza dominar meu ser.
O silencio de meus lábios duraram por algum tempo enquanto olhava minha mãe nos olhos tentando entender e logo esquivava o olhar para as paredes tentando respirar. Minha mente ficava confusa e mais lagrimas se acumulavam em seus olhos e as fazendo escorrer pelo meu rosto, no qual logo se encontrava ao olhar dela. - Estou bem... - Falou em tom baixo enquanto tentava segurar as lagrimas que se amontoavam em seus olhos.



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Mensagem por Diana Luna Lavrov Qua Nov 25, 2015 8:00 pm


   
Fear
ignis et culpa


"
Eu estou bem”, foram as únicas palavras que saíram de seus lábios. Sem nunca me olhar nos olhos, Anne desviava o olhar marejado de mim constantemente, como se algo lhe impedisse de sequer manter qualquer contato comigo, uma distância intransponível entre nós duas, que sempre fôramos tão unidas.
Abaixei minhas mãos, sem tocá-la, sentindo-me infantilmente ferida por sua resistência. Assenti respirando fundo e me postando seriamente a sua frente, resistindo ao impulso de abraça-la e mantê-la aninhada e segura em meus braços. Umedeci os lábios e lembrei-me do quanto estivera preocupada por sua segurança.
Não está tudo bem... posso ver, minha amada.” – insisti uma vez mais com a voz calma, procurando seus olhos castanhos claros com os meus.
Meu coração se partia a cada vez que uma lágrima brotava dos olhos da menina, a cada vez que ela me mantinha de fora do que quer que se passasse por sua cabeça juvenil. Mesmo aquela distância ínfima que nos separava parecia como uma barreira, não de seus poderes que ela aprendia a controlar com maestria, mas como algo muito mais forte e inominável.
Me diga, Anne. O que houve? Por que age assim em minha presença? Tem medo de me dizer o que aconteceu? Você sabe que sempre cuidarei de você e estarei preparada para protegê-la de tudo e todos.” – falei tentando persuadi-la a me deixar entrar, no entanto logo voltando aos pensamentos turvos de antes.
Eau lhe ameaçou, achei que estivesse morta quando acordei e não consegui sentir sua aura! Como você pode fazer isso comigo? Pelo amor de Lune, me diga onde estava! Eu ordeno que o faça!” – explodi por fim, sem pensar, apenas a apreensão que sentira antes tomando novamente o meu peito, sobrepujando-se ao sentimento de rejeição que experimentava ao olhá-la se afastar de mim.



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Mensagem por Anne Renwich Lavrov Qua Nov 25, 2015 9:24 pm

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Meu olhar estava perdido pelo local, queria olhar pra qualquer coisa, menos para os olhos de minha mãe Diana, sentia como se não pudesse mais confiar em sua proteção, em suas palavras, mas seu olhar não mentia, das vezes que me deixei olhar vi que ela realmente estava preocupada. Nunca duvidei de seus sentimentos por mim ou por nossa família, ou de sua coragem e seu bom coração, mas o que havia ocorrido naquela festa foi devastador, sentia medo do que poderia acontecer.
Suas palavras ecoavam pela sala de estar, meu silencio era total até ela terminar de falar com seu tom de ordem, meu coração foi domado por magoas, novamente lagrimas escoriam de meus olhos, mas dessa vez eram continuas. Meu olhar se encontravam ao dela, mas mal podia enxergar seu rosto por conta das lagrimas. - Como pôde? Que direito você tem de me ordenar a contar algo depois de tudo que você fez? - Dizia em um tom não muito alto, com a voz tremula e perdida em meio das lagrimas.
- Não! Não está tudo bem, eu quis ficar longe... longe para tentar esquecer tudo aquilo que eu assisti, tanto ódio.... - Continuava e sussurrava o final enquanto colocava minhas mãos sobre meu peitoral. - Como você pôde fazer aquilo comigo? Eu não lhe fiz nada... Sabe o quanto me feriu? Sabe o quanto estou confusa e magoada? Não era necessário o que fez! - Minha voz se tornava firme  enquanto meu olhar era fixo ao de Diana



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Mensagem por Diana Luna Lavrov Qui Nov 26, 2015 2:28 am


Fear
ignis et culpa


O
uvi em silencio as acusações feitas por Anne, uma surpresa imensa ao ouvir a doce garotinha que nunca levantara voz para mim ou para qualquer outra pessoa, falar daquela forma.
Senti meus olhos crescerem em meu rosto e minha boca se abrir ligeiramente , ao que me recompus rapidamente, tentando compreender do que ela falava.
Então a compreensão veio como um golpe em meu rosto. Esperei pacientemente que ela terminasse o que tinha a me dizer, minha expressão se tornando dura e resoluta enquanto a dela era triste, chorosa e acusatória, passavam nuances de medo e angústia no rosto que sempre vi como o mais doce e inocente que pudesse haver.
“Como você pôde fazer aquilo comigo? Eu não lhe fiz nada... Sabe o quanto me feriu? Sabe o quanto estou confusa e magoada? Não era necessário o que fez!” – dizia por fim com uma expressão machucada. O que me fez, mais do que sentir tristeza por sua atitude, um sentimento de incompreensão me socar o estômago.
O que eu lhe fiz...” – falei baixo, não mais que um sussurro, desviando os olhos dos dela pela primeira vez, olhando em volta da grande sala, como se isso me fosse ajudar a encontrar algo em que me apoiar, alguma explicação para as palavras da pequena bruxa. “O que... lhe fiz?!” – disse então em voz alta, caminhando pela sala, me colocando no centro da mesma, sem me preocupar com que expressão demonstrava em meu rosto.
Se há alguma culpa aqui, essa culpa é de Eau. Como você, filha de Diana, sangue de Lune, pode me questionar sobre isso? Eu fiz o que devia ser feito, isto é inerente a mim, e você o sabe, Anne.” – digo com a voz perigosamente calma, sabia que se levantasse a voz, que fosse uma oitava, perderia o controle de mim mesma, e isto eu não poderia deixar acontecer.
O que acontecera a Anne? Por que ela parecia com medo de mim? De todas as pessoas no mundo, ela deveria compreender mais do que ninguém que o que fiz era, se não o certo, era sim o necessário. O que eu devia fazer nada tinha a ver com o que eu gostaria de fazer.
É a vontade de Lune. A deusa não poderia ter se apaixonado, ela desobedeceu... E você sabe que esse era o preço por sua desobediência. Ou deveria ser, se não fosse a deusa do ar. Air. Mas eu a trouxe de volta a vida, assim como fiz com tantos outros de nosso clã.” – falava ressentida e ao mesmo tempo com arrogância incontida.
Não estava habituada a ter minhas decisões e ações questionados, ainda mais por Anne.
Enfiei a mão no bolso do vestido, sentindo o pequeno medalhão de ouro envelhecido que antes encantara para ela. Eu nunca permitiria que nada de ruim lhe acontecesse; percebi então que talvez este fosse o seu medo, a ameaça que Eau lhe tinha feito, dizendo que minha carne que pagaria. Ela se sentia traída por eu tê-la colocado em perigo; ao menos era isto o que me parecia mais racional no momento.



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Mensagem por Anne Renwich Lavrov Qui Nov 26, 2015 3:13 am

The XX - :: Together vestindo
Memories of the past
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Me esforçava para que as lagrimas não escorressem mais pelo meu rosto, sentia meu coração acelerar o suficiente para parecer que ele iria sair de meu corpo. Minha mãe Diana começava a se perder em seus sentimentos que se misturavam aos meus, parecia não entender o ponto que tentava chegar. Ela mostrava controlar para não se exaltar, no qual não seria muito agradável. Percebia ela desviar o olhar do meu, da mesma for que eu havia feito antes, mas logo o ar muda, ela começa a falar alto enquanto caminhava até o meio da sala demonstrando seu nervosismo.
- Você sabe o que fez! Sabe que também não era necessário... - Dizia em um tom não tão alto enquanto afastava mais meu corpo da porta com alguns passos para frente. - Lune não queria morte, Lune gostaria da punição de outra forma! Ela sabe o que é amar alguém, por isso morreu por nós! - Dizia calmamente, tentando fazer Diana entender que nem sempre suas atitudes são relacionadas ao da Deusa.

Caminhava um pouco mais para frente, mantendo uma certa distancia entre nós duas, as lagrimas já não escorriam mais pelo eu rosto e meu tom de voz já voltava ao normal. - Eau não teve culpa, não escolhemos nos apaixonar... assim como se você se apaixonasse algum dia por alguém, você não escolheu, apenas aconteceu... - Dizia calmamente e logo soltava um suspiro. - Nem sempre o que faz é o que Lune quer, assim como nem sempre tem que fazer o que Lune quer, ou acha que ela quer, a final ela te deixou os poderes dela porque confia em você e quer que você faça o melhor e não saia matando pessoas por causa de maldições... - Respirei fundo, tentando tirar todas as lembranças que queriam invadir minha mente novamente. - Você me ensinou isso, sempre ver o lado bom, então não deixa que isso desapareça em você, mãe... - Dizia delicadamente para ela, enquanto desviava meu olhar para o chão, mas logo retornava ao dela.



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Mensagem por Diana Luna Lavrov Qui Nov 26, 2015 8:59 pm


   
Fear
Notus hibernas caelo


A
s palavras de Anne possuíam pouco sentido para mim até aquele momento. Se como ela dizia Lune me deixara seus poderes por confiar em mim, deveria também confiar em meu poder de julgamento.
Seus olhos pousavam insistentes sobre os meus, mesmo quando desviava o olhar, era dura. Não se parecia em nada com a menina que eu pensava tão menina ainda. Anne havia crescido e eu não me dera conta desse fato.
Senti um cansaço imenso se abater sobre mim diante das palavras que ela me dirigia, com tamanha sabedoria ainda que fosse tão jovem. Senti que minha expressão caía, bem como meus ombros se abaixavam, dando-me uma aparência menos imponente enquanto dava-lhe as costas por um instante ínfimo. Fechando os olhos, inclinei minha cabeça levemente para trás, uma sensação de impotência tentava fazer caminho em mim. Reprimi o sentimento ao abrir os olhos, virando-me novamente para fitá-la.
Abri a boca algumas vezes, tentando encontrar as palavras sobre a morte de Air. Realmente não desejava tê-lo feito, mesmo eu sentia remorso, não fosse isto eu não a teria trazido de volta. Eu não teria me preocupado em desfazer o mal que havia feito. Meus olhos se encheram de lágrimas ao pensar que minha filha me via como alguém tão absurdamente insensível; desisti então de tentar encontrar uma explicação para tais atos, em minha mente ela já tinha sua opinião formada sobre o que ocorrera na clareira e nada do que eu dissesse a demoveria de sua decisão.
Não existe o que eu quero. Nosso clã quase foi dizimado e a memória de Lune precisa ser respeitada, esse é o fardo que carrego... O fardo que não quero para você. Por quê acha que mantive minha vida estendida até este ponto? Acha que não preferiria já ter voltado para o centro de onde todos os elementos se encontram?” – disse por fim em uma voz controlada, calma, sem resquício de sentimento, embora em meu peito tudo o que de mais confuso fervilhasse.
Amor, esse tipo de amor, não é para pessoas como eu ou aquelas deusas. Nossa responsabilidade vai além disso. Você precisa compreender, Anne. Assim como Eau precisava ter compreendido.” – levei uma mão à cintura, como se isso me estabilizasse. – “Nem mesmo fui capaz de amar o homem que foi seu pai. Por quem sou, pelo meu dever... Como pode me julgar assim? Acha que fiz por prazer? Por não saber como é importante uma vida? Você me diz para ver o lado bom, mas como posso fazê-lo agora?
Teimosamente, uma lágrima grossa e solitária percorreu meu rosto, sendo apenas interrompida pelas costas de minha mão, secando-a rapidamente, fazendo-me voltar à postura neutra de antes. Algo em mim, me impedia de enxergar claramente o que Anne tanto me alertava. Meu cérebro se concentrando apenas em não me deixar muito mais perdida do que me sentira quando saí daquela clareira.



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Mensagem por Anne Renwich Lavrov Seg Nov 30, 2015 10:11 pm

The XX - :: Together vestindo
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A situação se tornava mais intensa, Diana parecia ver que estava errada, mas sempre tentava arrumar algum motivo para cobrir seu erro. Sabia que nem sempre forá facil para ela ter que cuidar de tudo depois que Lune se sacrificou por nós e principalmente depois de terem exterminado quase todos os bruxos, incluindo nosso clã, mas tudo aquilo havia passado, talvez os vampiros nem mesmo nos odiavam mais, talvez seria possível não existir mais guerra.
Estava inquieta, meu peito bombardeava dentro de mim, sabia que agora ela iria me falar tudo o que existiria para se defender, mas lá no fundo, esperava com que ela conseguisse enxergar o lado bom, o que poderia ter sido certo e não seu achismo. Me aproximei um pouco quando ela se virava e encontrava meus olhos novamente. - Não acho que gostaria de ter voltado, pois assim como não somos nada sem você, você não é nada sem a sua família... Lune sempre teve respeito das pessoas, pela sua bondade, mesmo amaldiçoando, cumprindo seus deveres, ela sempre tentava mostrar o erro do ser e mostrar que teria um lado bom a ser cumprido. Você sabe disso, todas as histórias que me contava, tudo que sempre me mostrou, não passam de mentira? - Dizia calmamente, mas com a voz firme em direção a Diana.
- Todos temos direito de amar, existe a pessoa certa para cada um e mesmo que não tenha amado meu pai como ele te amava, você tem direito de amar, assim como me ama, mesmo sendo um amor diferente, continua sendo um amor. Se uma maldição nos separasse? Você simplesmente me deixaria ir?... - Me aproximava mais enquanto falava e percebia uma lagrima escorrer pela sua pele pálida levemente corada pelos sentimentos que percorriam pelo seu corpo, mas recuava, levando minhas duas mãos ao peito, tentando me manter firme, segurando para que minha expressão triste não se estampasse em meu rosto. - Só acho que poderia acreditar no amor, na melhora das pessoas com coisas boas... - Dizia diminuindo o tom, quase murmurando, enquanto abaixava minha cabeça.



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Mensagem por Diana Luna Lavrov Ter Dez 01, 2015 9:40 pm


   
Fear
Tempestas caelum


S
entia-me exausta. Física e emocionalmente devastada. Anne continuava falando como se eu realmente fosse um ser maligno e minha vontade de contradizê-la diminuía a cada instante que se passava naquela discussão que a mim parecia infrutífera.
Levei as mãos aos cabelos, puxando-os para trás enquanto um suspiro longo fazia caminho por meu peito. Podia ver sua aura não tão iridescente como sempre fora, ela brilhava em tons de roxo e azul escuro, como quando era criança e por não conseguir controlar seus poderes, ficava triste. Seu rosto continuava com uma expressão controlada, mas eu podia ver além disso.
Sorri tristemente, fitando-a com atenção e ternura.
Anne, lembra-se de quando era criança, tinha uns sete anos e um pássaro caiu em nosso jardim? Ele havia caído do ninho e o cachorro de tia Maeve tentou mata-lo, mas você o salvou. Lembra-se?” – comecei em um tom baixo, suave. – “Você o levou para dentro da casa e foi correndo me procurar, queria que eu consertasse o bichinho. Disse-me que se alguém podia curá-lo, esse alguém era eu.” – uma sombra de sorriso brincou em meus lábios por um instante.
Desviei meu olhar do dela e coloquei a mão direita no bolso novamente, tirando o saquinho de veludo negro, desfazendo o laço, retirei o pequeno medalhão de ouro e o depositei sobre minha palma, olhando-o.
Eu sei o que fiz. E sim, me dói tê-lo feito. Mas se o fiz, não há mais volta, não há mais meios de mudar isto. Que você tão teimosamente me diga essas coisas não mudará uma vírgula do que ocorreu naquela clareira, minha lua.” – disse retomando a voz firme de outrora. Olhei-a então, mantendo o contato por um longo tempo antes de prosseguir minha fala. – “Nada neste mundo me afastaria de você, Anne. Nenhuma maldição, nenhum medo, nenhuma ameaça... E você sabe por quê? Por que sou sua mãe. E esse amor é o tipo que não morre nunca, embora agora você me fira mais do que um milhão de vampiros, ou deuses, ou qualquer outra criatura poderia fazê-lo, eu ainda a amo tanto que não hesitaria em dar a minha vida em troca da sua neste instante.” – que ela não entendesse a natureza daquela lei já era demais para mim, ter que explicar que o amor que sentia por ela era tudo o que me importava e fazia viver, me dilacerava.
O ímpeto, a raiva que me impeliram a tornar contra as deusas já havia passado, e sim, eu compreendia a gravidade dos fatos agora que tão claramente eles se mostravam. Mas reviver aqueles acontecimentos não adiantaria de nada agora; neste instante eu precisava protegê-la. Só isso me importava.
Fiz isto para sua proteção.” – continuei após uma pausa, dando um passo em direção à menina, mostrando o medalhão, recuando instantes depois ao perceber que ela ainda se portava de forma esquiva. Depositei-o sobre o aparador. – “Sobre a história que lhe contei agora há pouco... Gostaria que ainda visse em mim aquela pessoa em que confiava. Gostaria que visse em mim a bondade e a esperança que me pede para ver. Mas eu não posso convencê-la disso, Anne. Não posso convencê-la de que tudo o que fiz teve uma razão, teve um fim. Graças a terem fechado os olhos para Lune que ela precisou sacrificar-se, no entanto você defende as ações de Eau e se vira contra mim, fechando seus ouvidos a qualquer coisa que eu diga. Você trai tudo o que lhe ensinei, tudo o que sempre disse que era o mais importante. Eu ainda a apoiaria se em minha concepção você errasse, por que é isso o que a família faz, se apoia, se cuida. Você acha que me importo com qualquer guerra ou luta por poder que essas crianças travam? Saiba que não. Essa não é a minha responsabilidade ou missão. Pouco me importa qualquer uma das deusas e seus dramas, e sim que nós prevaleçamos!
Minha voz se alterava levemente ao final, o sentimento de traição queimando dentro de mim antes que eu pudesse contê-lo, controlá-lo. Minhas mãos se fechavam em bolas, minha pele ainda sensível e avermelhada pelo fogo branco que antes queimara ali.
Não quero que minha família se ajoelhe em ação de graças por tê-los trazido de volta, Anne! Será que não entende? Nada disso teria o menor sentido se não fosse por vocês! Trouxe-os para que Lune seja exaltada!” – descarreguei por fim, sentindo minha cabeça latejar enquanto deixava as palavras saírem de forma violenta.



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Mensagem por Allyria Renwich Lavrov Sáb Dez 05, 2015 10:34 am


Palavras costumam ser doídas. Doídas como o corte de uma faca de dois gumes. Tão doídas que quem as servem sentem tanta dor quanto os que as consomem. Eu podia sentir minhas mãos ligeiramente trêmulas ao relembrar o episódio vivido anteriormente, ao lembrar o poder das palavras que foram proferidas. Para quem conhece Diana desde que nasceu, ver como sua fúria fora aflorada por uma simples adolescente deixou-me receosa. Não que eu não confiasse nas decisões da minha irmã mais velha, pelo contrário, eu confiava minha vida a ela, entretanto, seu ato ao matar uma deusa fora puramente impulsivo. Aquela situação estava a me tirar o sono, de forma que andava a passos surdos pela casa pelo simples prazer de procurar o que fazer na insônia. Não fazia ideia do que podia passar pela cabeça de Diana naquele momento. Claro, nosso fogo, nossa deusa maior, a fonte de nosso poder havia sido afrontada com o afeto público da outra deusa e seu “príncipe encantado”, mas as coisas claramente poderiam ter sido diferentes. Em seu lugar eu não faria o mesmo? Uma hipótese que não pode ser colocada em pauta. Diana era a mais capacitada de todas as formas para tomar as decisões em prol da família. Era isso que éramos, uma família. Deveríamos zelar uma pela outra, e não brigar como Anne e Diana estavam fazendo.

Sempre fui ensinada que é feio ouvir atrás da porta, mas algumas coisas não há como controlar. Exemplificando, estava passando pela sala quando o palavreado das vozes tão doces de ambas tornou-se firme e forte demais. Ao adentrar ao recinto, Diana e Anne usufruíam da mesma mistura de emoções estampadas no olhar. Elas eram tão parecidas física e psiquicamente que isso me assustava às vezes. Ver Anne era como ver Diana há... cem anos atrás? É estranho pensar em idade quando se sabe que tem poder suficiente em você para que não envelheça. É como se o cosmo soubesse que os Lavrov precisam ser eternos para que haja equilíbrio entre o natural e o sobrenatural. É isso que fazemos, mantemos o equilíbrio para que as situações não saiam da órbita.

Anne, você pode nos deixar sozinha por um minuto? — Minha fala fez-se presente. O olhar, que estava estacado em Diana, virou-se para Anne com mistura de gentileza com firmeza, acrescentando um meneado de cabeça para o lado do portal mostrando à garota por onde ela deveria passar. Vi-a abrir a boca para dizer qualquer coisa, mas com um simples levantar de sobrancelha ela sabia que deveria colocar-se porta afora antes que uma nova discussão começasse. Não me lembro a última vez de ter ao menos elevado o tom de voz para qualquer uma de minhas sobrinhas, havia respeito mútuo e eu prezava isso. Segundos depois, Diana e eu estávamos sozinhas. Minha irmã mais velha, cujo olhar encontrou com o meu e daquela forma era como se eu pudesse sentir cada fio de emoção e sentimento que ela carregava.

Diana e eu sempre fomos ligadas a ponto de parecer que não fomos apenas geradas como irmãs. Escolhemos isto, além do sangue correndo em nossas veias. Escolhemos nos amar e proteger uma a outra independentemente da situação. Estar ali, sempre presente, sempre ao lado. Ela, como mais velha, sempre tentava me manter sob suas asas. Porém, por ser a menor e vista como a mais frágil das irmãs Lavrov, às vezes não era perceptível o quanto já fiz e faria muito mais por eles. Tudo o que precisavam saber é que eu estou e sempre estaria disponível para defender o sangue que corre pelas minhas veias. E defender não era apenas apoiar. Com o tempo, aprendi que defender a família era também mostrar os erros cometidos para que não se repetissem uma vez mais, para que não sofressem as consequências de tais.

Os olhos verdes de Diana estavam escurecidos pelo temor, pela angústia. Era óbvio que Anne tinha sido dura demais com a mãe a ponto de não querer ouvi-la. E era ali que eu me encaixava. — Diana, eu... — Comecei a falar como um sussurro, mas as palavras tornaram-se nebulosas e eu já não tinha mais o que dizer. Sempre fui a pessoa que tinhas as palavras certas nas horas certas, porém agora encontrava-me no abismo profundo do silêncio. Um suspiro fraco saiu por meus lábios entreabertos, meus ombros caíram levemente e senti como se todo meu corpo estivesse fadigado. Mas eu sabia que não era meu corpo. Era minha mente, cansada pela impotência de não poder fazer algo suficientemente bom para que minha família não tivesse que passar por aquilo.

Passei as mãos pelo rosto, ajeitei levemente os fios cacheados da testa jogando-os para o lado, erguendo o olhar para Diana. — Sei que está cansada, mas só me responda uma coisa... Você acha que... — Parei. Suspirei outra vez. Continuei. — Você acha que vale a pena Lune ser exaltada através de nós enquanto uma Lavrov, sua filha, corre o risco de perecer pela sua existência sob uma maldição? E não me olhe assim, você sabe que tenho ouvidos apurados e ouvi boa parte da conversa de vocês duas, se é que posso chamar de conversa. — Apesar do tom de voz baixo, as palavras saíram firmes assim com o olhar que a ela era dirigido.  

878 palavras, sisters, vestindo isto.

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Mensagem por Diana Luna Lavrov Sáb Dez 05, 2015 5:42 pm


fear
potestatem capiendis solertiae


M
al registrei quando Allyria adentrou o lugar, tamanha minha concentração na pequena bruxa que me olhava com preocupada acusatória.
Desviei meu olhar de ambas, olhando para o chão claro, procurando padrões mais coerentes no mármore polido. Aproveitei a interrupção momentânea causada por minha irmã para me recompor, endireitando os ombros e assumindo minha posição defensiva, a qual parecia agora uma armadura que deveria ter comigo constantemente.
Allyria era frágil, mas assim como Anne, possuía certo dom com as palavras, ambas sabiam o poder que isso tinha sobre mim em não se cansavam de abusar disso, pensava exasperada, como se me preparasse para uma segunda batalha no mesmo dia.
Observei minha filha deixar a sala sem palavra, uma dor aguda em meu peito que já se tornava familiar. Ergui o queixo e bloqueei teimosamente as lágrimas que ameaçavam encher meus olhos, desviando o olhar para minha pequena Ally, que pela primeira vez em muito tempo parecia não saber ao certo o que dizer.
Diga o que precisa ser dito, Allyria. Não estenda isso mais do que o necessário.” – murmurei ao vê-la hesitar. Sua expressão e maneirismos tornando-se um espelho de mim, um cansaço abatendo-se sobre seu rosto pequeno.
Sabia o quanto família era importante para a jovem, sua história me lembrava todos os dias, e por isso tinha tanto medo em lhe dizer qualquer coisa que lhe magoasse ainda mais.
Ouvi suas palavras atentamente, deixando que ecoassem pela sala e por minha consciência enquanto me dirigia a uma das poltronas, jogando-me ali sem muita cerimônia, meus olhos cravados em sua face de sutil engenhosidade. Pensei por alguns instantes e respirando fundo, deixei que uma risada amarga fizesse caminho por minha garganta seca.
Se ouviu a conversa... Sabe que temo por Anne. Não era a minha intenção que toda aquela merda acontecesse. Não queria que Air morresse.” – falei pelo que parecia a milésima vez naquela noite, levando uma mão ao rosto. – “Acha que não tenho pensado em todas as coisas horríveis que podem acontecer à minha filha?” – minha voz soava arrogante e ácida até para meus próprios ouvidos.
Há muito havia parado de tentar controlar minha expressão e agora provavelmente parecia-se com algo assustador, que não era eu.
Se Lune deixar que algo aconteça a Anne... A linhagem dela morrerá comigo.” – declarei com uma raiva crescente, o desejo de desafiar a deusa que me colocara em cargo de assumir seus poderes e deveres. Talvez fosse culpa minha o que ocorrera, mas o fiz pela sua memória, e não carregaria o peso sozinha, Lune sabia disso.
Mas cá estou, e se a Lua tiver de ser exaltada através de maldições e sangue, que assim seja, irmã. Mas esse sangue não será o sangue Lavrov. Nem o de Anne, nem o de ninguém.



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